Durante a nossa última aula da interdisciplina Educação para Pessoas com Necessidades Especiais, assistimos alguns vídeos que me fizeram pensar em como tratamos estas pessoas.
Muitas vezes com a intenção de ajudar, já entramos em ação para auxiliar as pessoas com necessidades especiais, como se elas não pudessem fazer aquelas ações sozinhas.
Me chamou muito a atenção um vídeo em que a palestrante conta que certa vez estava em uma escola e foi perguntada de quando iniciaria a palestra sobre motivação. E ela respondeu que a palestra dela não era sobre motivação e as pessoas ficaram apavoradas, uma vez que sempre viam pessoas com necessidades especiais como a dela (paraplégica) dando discursos sobre como faziam coisas fantásticas, mesmo sem os braços ou as pernas. Então passou um filme na sua mente sobre como ela foi tratada desde a infância, onde qualquer coisa que conseguia fazer era tratado como algo extraordinário.
Mas ao meu ver não era assim que ela gostaria de ser tratada... Ela gostaria de ser tratada como uma pessoa normal que possui sim certas limitações, mas quem não tem limitações não é mesmo?
Meu aluno com laudo, por ser criança sempre se contentou com o "coitadismo". Até eu assumir a turma e tratar ele como todos os outros.
Teve uma vez que ele estava muito agitado, e estava incomodando muito os demais colegas, então coloquei ele sentado ao meu lado. Na hora ele ficou muito bravo, chorou e reclamou bastante dizendo que não gostava mais de mim.
No dia seguinte para a minha surpresa, aparaceu a avó dele, que o cria, querendo saber o que tinha acontecido que o neto dela havia chegado em casa muito chateado comigo, e eu respondi: eu tratei ele como trato todos os colegas, ele estava muito agitado e coloquei perto de mim para se acalmar, como faço com todos os alunos que precisam. No mesmo momento ela quis me contrariar dizendo que eu precisava entender que ele era diferente. Então respondi para ela: Sim ele é diferente e os outros 22 colegas dele também são. Cada um exige de mim como professora uma qualidade diferente, e é como eu trabalho. Neste momento a avó encheu os olhos de lágrimas, pois percebeu, que pela primeira vez o menino estava sendo tratado como os demais colegas "normais", me deu um abraço e me agradeceu, pois estava notando que o seu neto estava amadurecendo bem mais depois que eu assumi a turma.
Chegando ao final do ano letivo, considero este aluno, uma das minhas grandes vitórias, pois além de ter melhorado o aspecto comportamental, está criança com todas as suas dificuldades, muitas vezes se sobressai aos seus colegas, e tem a cada dia acreditado mais em si mesmo, deixando o coitadismo de lado.
domingo, 26 de novembro de 2017
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