domingo, 26 de novembro de 2017

E quando não sabemos qual é a necessidade de um aluno?

Estamos no final do ano letivo, hoje acabei de fazer meus pareceres descritivos, e me peguei pensando em cada aluno. Teve alguns que evoluíram mais, teve outros que evoluíram menos, e aqueles que não evoluíram praticamente nada...
Sim existem alunos que frequentam os 200 dias letivos sem faltar quase nenhum dia, e ainda assim não evoluem nada...
Sempre procuro conversar com os pais no decorrer do ano letivo, sobre todos os aspectos de seus filhos, mas teve um em especial que eu não conseguia conversar com os pais de jeito nenhum, pois o menino vai e volta de van para a escola. Na entrega do parecer do primeiro semestre, conheci a mãe: uma mulher de em média 25 anos, que usava óculos com uma lente bem grossa. Quando vi a mãe, logo me veio na cabeça que o menino também podia ter alguma dificuldade na visão. Conversei com ela, disse que ele não estava conseguindo acompanhar a turma, mas notei que ela não me deu muita atenção. Semanas depois o menino continuava na mesma, quando eu colocava a atividade na sua frente, ele ficava olhando para todos os lados quieto e não atinava a pegar o lápis e fazer o trabalho. Então conversei com a orientadora educacional e pedi para que ela chamasse os pais dele para uma conversa, pois eu acreditava que o menino podia ter algum problema de visão.
Na conversa com os pais a mãe me contou que descobriu o seu problema de visão aos 10 anos, então pedi para que ela procurasse uma ajuda para o filho. Mas infelizmente nossa conversa não teve o efeito esperado, além de não procurar um médico para o filho, quando comecei a mandar os trabalhos para ele fazer em casa, pois na escola não tinha jeito nem de pegar o lápis na mão, os mesmos não voltavam mais.
E assim como tive grandes vitórias, tive também derrotas, pois a educação não depende apenas de nós professores. A educação deve ser um processo contínuo com a ajuda dos pais, buscando sempre o melhor para a criança. Infelizmente alguns pais não admitem que seus filhos possam sim ter necessidades diferenciadas e infelizmente isto atrasa muito o nosso trabalho como professores.

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