quinta-feira, 30 de novembro de 2017
A diversidade na prática pedagógica
A afetividade pode asfixiar o conhecimento, mas pode também fortalecê-lo
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Estádios e não Estágios de Desenvolvimento Cognitivo
Trabalhando como investigadoras
domingo, 26 de novembro de 2017
E quando não sabemos qual é a necessidade de um aluno?
Estamos no final do ano letivo, hoje acabei de fazer meus pareceres descritivos, e me peguei pensando em cada aluno. Teve alguns que evoluíram mais, teve outros que evoluíram menos, e aqueles que não evoluíram praticamente nada...
Sim existem alunos que frequentam os 200 dias letivos sem faltar quase nenhum dia, e ainda assim não evoluem nada...
Sempre procuro conversar com os pais no decorrer do ano letivo, sobre todos os aspectos de seus filhos, mas teve um em especial que eu não conseguia conversar com os pais de jeito nenhum, pois o menino vai e volta de van para a escola. Na entrega do parecer do primeiro semestre, conheci a mãe: uma mulher de em média 25 anos, que usava óculos com uma lente bem grossa. Quando vi a mãe, logo me veio na cabeça que o menino também podia ter alguma dificuldade na visão. Conversei com ela, disse que ele não estava conseguindo acompanhar a turma, mas notei que ela não me deu muita atenção. Semanas depois o menino continuava na mesma, quando eu colocava a atividade na sua frente, ele ficava olhando para todos os lados quieto e não atinava a pegar o lápis e fazer o trabalho. Então conversei com a orientadora educacional e pedi para que ela chamasse os pais dele para uma conversa, pois eu acreditava que o menino podia ter algum problema de visão.
Na conversa com os pais a mãe me contou que descobriu o seu problema de visão aos 10 anos, então pedi para que ela procurasse uma ajuda para o filho. Mas infelizmente nossa conversa não teve o efeito esperado, além de não procurar um médico para o filho, quando comecei a mandar os trabalhos para ele fazer em casa, pois na escola não tinha jeito nem de pegar o lápis na mão, os mesmos não voltavam mais.
E assim como tive grandes vitórias, tive também derrotas, pois a educação não depende apenas de nós professores. A educação deve ser um processo contínuo com a ajuda dos pais, buscando sempre o melhor para a criança. Infelizmente alguns pais não admitem que seus filhos possam sim ter necessidades diferenciadas e infelizmente isto atrasa muito o nosso trabalho como professores.
Pessoas com necessidades especiais Sim Deficientes incapazes Não
Durante a nossa última aula da interdisciplina Educação para Pessoas com Necessidades Especiais, assistimos alguns vídeos que me fizeram pensar em como tratamos estas pessoas.
Muitas vezes com a intenção de ajudar, já entramos em ação para auxiliar as pessoas com necessidades especiais, como se elas não pudessem fazer aquelas ações sozinhas.
Me chamou muito a atenção um vídeo em que a palestrante conta que certa vez estava em uma escola e foi perguntada de quando iniciaria a palestra sobre motivação. E ela respondeu que a palestra dela não era sobre motivação e as pessoas ficaram apavoradas, uma vez que sempre viam pessoas com necessidades especiais como a dela (paraplégica) dando discursos sobre como faziam coisas fantásticas, mesmo sem os braços ou as pernas. Então passou um filme na sua mente sobre como ela foi tratada desde a infância, onde qualquer coisa que conseguia fazer era tratado como algo extraordinário.
Mas ao meu ver não era assim que ela gostaria de ser tratada... Ela gostaria de ser tratada como uma pessoa normal que possui sim certas limitações, mas quem não tem limitações não é mesmo?
Meu aluno com laudo, por ser criança sempre se contentou com o "coitadismo". Até eu assumir a turma e tratar ele como todos os outros.
Teve uma vez que ele estava muito agitado, e estava incomodando muito os demais colegas, então coloquei ele sentado ao meu lado. Na hora ele ficou muito bravo, chorou e reclamou bastante dizendo que não gostava mais de mim.
No dia seguinte para a minha surpresa, aparaceu a avó dele, que o cria, querendo saber o que tinha acontecido que o neto dela havia chegado em casa muito chateado comigo, e eu respondi: eu tratei ele como trato todos os colegas, ele estava muito agitado e coloquei perto de mim para se acalmar, como faço com todos os alunos que precisam. No mesmo momento ela quis me contrariar dizendo que eu precisava entender que ele era diferente. Então respondi para ela: Sim ele é diferente e os outros 22 colegas dele também são. Cada um exige de mim como professora uma qualidade diferente, e é como eu trabalho. Neste momento a avó encheu os olhos de lágrimas, pois percebeu, que pela primeira vez o menino estava sendo tratado como os demais colegas "normais", me deu um abraço e me agradeceu, pois estava notando que o seu neto estava amadurecendo bem mais depois que eu assumi a turma.
Chegando ao final do ano letivo, considero este aluno, uma das minhas grandes vitórias, pois além de ter melhorado o aspecto comportamental, está criança com todas as suas dificuldades, muitas vezes se sobressai aos seus colegas, e tem a cada dia acreditado mais em si mesmo, deixando o coitadismo de lado.