A criança já é inserida na sociedade cheia de vontades, ela agora opina, escolhe e exige. E como as educar?
Esta tarefa me parece um tanto difícil, em uma sociedade onde os pais deixam as crianças muito cedo na escola, seja para trabalhar em busca do sustento da família, ou apenas para ter um tempo livre sem os filhos por perto.
Além de estarem cheias de vontade, a criança atual se torna um tanto carente. Tenho observado isto frequentemente em minha turma, mas vejo que em um menino esta carência está influenciando diretamente na sua vida social. Ele tem um histórico bastante triste, onde foi abandonado pela mãe quando bebê, e o pai está preso, sendo ele e os irmãos assumidos pelo avô paterno. Na época ele adotou a sua professora como mãe, porém neste ano a "professora mãe", mudou-se para outro município, ocasionando mais uma perda para esta criança. Acho importante grifar, que o avô não trabalha fora, e leva o menino no primeiro horário que a escola abre, até a hora que a escola fecha.
Desde que assumi a turma, ele se demonstra um tanto egoísta, e reage fisicamente quando é contrariado pelos colegas e professores, sempre exigindo que seja feita as suas vontades. Porém nos últimos dias, ele tem tido crises de choro, onde pede pela "professora mãe" e pelo avô. Na primeira vez que ele reagiu de forma agressiva com os colegas, levei ele para conversar com a Orientadora Educacional da Escola, e ele "desmanchou-se" em lágrimas, dizendo estar com saudades da "professora mãe". Desde então, procuro suprir esta carência com muito carinho. Sempre que vejo ele tristinho, coloco no colo e na hora do sono, faço questão de ficar ao seu lado.
Na sociedade atual, muito além de professores, temos que ser "pais e mães" para tentar suprir a carência que estas "crianças cheias de vontade" possuem.
Como é difícil para as crianças lidarem com a 'falta' e 'carência' de pessoas importantes. Acho que a sua obordagem deve estar surtindo efeitos positivos sobre o menino. Realmente, temos de ser pais e mães de nossos alunos muitas vezes. Abraços
ResponderExcluirÉ verdade Pablo.
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