segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Aprendizagem mais marcante do Segundo Semestre



Este segundo semestre foi muito intenso em relação a novas interdisciplinas e novos conteúdos. Sou uma pessoa que gosta muito de conhecer coisas novas, gosto muito de ler, e desde pequena, sou fissurada por livros. Lembro-me que quando tinha uns 11 anos a minha mão não dava conta de comprar gibis, mas mesmo assim, confesso que a interdisciplina de Fundamentos de Alfabetização me assustava um pouco. Não que eu achasse que não seria capaz de entende-la, mas pelo fato de trabalhar com uma turma de Maternal 2, onde as crianças tem em torno de 3 e 4 anos. Eu pensava: - Mas como vou trabalhar com alfabetização com alunos tão pequenos?
Durante a aula 8 a professora Ivany passou alguns slides referentes aos nossos aprendizados, e entre eles havia a seguinte citação:
“As crianças – todas as crianças, garanto estão dispostas para a aventura da aprendizagem inteligente. Estão fartas de ser tratadas como infradotadas ou como adultos em miniatura .São o que são e têm direito de ser o que são: seres mutáveis por natureza ,porque aprender e mudar é seu modo de ser no mundo. Entre o passado imperfeito e o futuro simples está o germe de um presente contínuo que pode gestar um futuro complexo, ou seja, novas maneiras de dar sentido (democrático e pleno) aos verbos ler e escrever.” (Ferreiro, 2002, p. 39)
Após ler o slide, ela falou: - A única missão da Educação Infantil, é fazer com que os nossos alunos se apaixonem pelos livros!
Eu saí desta aula realizada, pois meu projeto anual possui como tema da Maleta Viajante onde cada aluno uma vez por semana leva a maleta contendo um livro, um caderno de desenhos' e lápis de cor para casa e a família conta a história e faz um desenho sobre o livro com a criança. No dia seguinte, a criança reconta a história para os colegas na rodinha, com a ajuda do professor.
Sem saber, eu já trabalhava com a alfabetização desde o início do ano e, saber disto, foi muito gratificante e emocionante, tanto que, no dia seguinte, eu comentei com a minha supervisora sobre isso e ela me disse que quando viu o meu projeto anual comentou com a diretora: “- Que legal a idéia da Lucimar introduzindo a alfabetização nos alunos dela!”
Além disto, em uma das atividades, a professora nos proporcionou a oportunidade de trabalhar com Grupos Áulicos, e confesso que nunca havia trabalhado deste modo, e me surpreendi muito com o resultado da atividade, que consistia em achar o maior numero de crachás com o seu nome, sem a foto, e algumas alunas foram as primeiras a achar sem a minha ajuda e ainda auxiliaram os seus colegas, até mesmo aqueles que não eram de seu grupo.
Está atividade contribuiu muito para a aprendizagem deles, e os marcou também, tanto que eu mudei a forma de fazer a minha chamada, agora em vez de apenas perguntar quem veio e quem não veio, a cada aluno que eu chamo eles me pedem para procurar os seus crachás. Claro que tem alguns que vão pela sorte, mas a maioria já reconhece seu nome sem precisar ter a foto ao lado, e tenho duas alunas que além do crachá delas, ainda reconhecem de todos os colegas, ajudando-os.
No ano que vem eu pretendo trocar de nível, quero lecionar para uma turma de pré escola, e vou implantar este projeto da Maleta Viajante com os conteúdos e objetivos do nível que eu pegar. Sei que será um grande desafio, uma vez que trabalho há 4 anos com Maternal 2, mas sei que sou capaz, pois amo o que faço e assim eu sou feliz!





Como entender a Infância???

Atualmente as pesquisas e estudos analisam a infância de modo amplo, ou seja, não existem estudos específicos para cada tipo de infância. Os pesquisadores não estão dentro da sala de aula, convivendo com estas multíplas infâncias como nós professores.
Como se pode entender a infância deste jeito?
Não acredito que isto possa ser possível, já que a realidade das escolas nem sempre é levada em conta.

domingo, 29 de novembro de 2015

Histórias Étnico-raciais

Nunca havia percebido que os autores usam tendências diferentes para ensinar as crianças sobre a consciência negra através da construção de seus personagens negros. 
Particularmente gosto muito de trabalhar com a história Menina Bonita do Laço de Fita, mas com certeza irei procurar as outras citadas na leitura para adicionar ao meu planejamento. Esta história se classifica na primeira tendência, pois a personagem principal é negra e o desfecho da história se dá quando a mãe explica que ela é pretinha por que seus antepassados também eram.
Na segunda tendência o enredo se dá através de situações do cotidiano das pessoas e a explicação do porque as pessoas negras possuem esta cor, também está na ancestralidade.
A terceira tendência me deixou curiosa a ler seus livros, pois geralmente tem um tema de auto ajuda, trazendo sempre uma lição para o leitor de como agir com o outro.
Eu sempre digo isto para meus alunos, quando existe alguma disputa ou agressão entre eles: nunca devemos fazer para o outro, aquilo que não queremos para a gente.

Infância Soft

Antes de assumir meu concurso, trabalhei por 9 anos em uma loja de fotografia, e certo dia o fotógrafo me perguntou se eu sabia o porque os clientes não queriam que seus filhos saíssem chorando nas fotos, e eu respondi que era por que queriam que seus filhos aparecessem alegres nas fotos, e ele me falou que não, que era por que os pais queriam demonstrar que eram bons pais, que as crianças foram bem cuidadas quando pequenas, que eram crianças felizes.
A leitura da semana 6 me fez lembrar desta conversa, que apesar de não ter sido em uma escola, foi muito pedagógica. A publicidade faz com que os pais pensem assim, ao usar imagens de bebês fofinhos e sorridentes nas propagandas, está é a infância Soft, a infância retratada nas propagandas.
Lembro-me que na época falei pra ele, mas muitas vezes a criança está chorando e a foto está linda, por que as crianças também choram e ele me respondeu: mas não é isto que a mídia mostra.

Erotização na publicidade infantil

Na aula 5 de Infâncias, estudamos a erotização nas propagandas infantis, e fiquei pensando no quanto as crianças tem perdido esta fase tão bonita da vida. 
As meninas estão usando salto alto e maquiagem cada vez mais cedo, e os meninos partindo para brincadeiras de lutas, o que causa ferimentos muitas vezes.
E qual a nossa missão como professores? Como agir quando uma menina chega na escola maquiada e usando salto alto?
Isto me fez lembrar de uma aluna de dois anos atras, que estava esperando a mãe para ir embora, e as mochilas dos colegas de outra turma estavam no corredor onde ela estava aguardando, a pessoa que deveria estar supervisionando ela, estava atendendo outra mãe, e quando eu cheguei ela escondeu um objeto, e eu perguntei o que ela estava escondendo, então ela me mostrou um esmalte, quando eu perguntei se era dela, ela disse que sim então disse pra guardar na sua mochila. Algum tempo depois, a  outra professora chegou para cuidar da turma dela, então fui bater meu ponto e a menina  pegou o esmalte e voltou a mexer em uma das mochilas. Neste momento a professora me chama e me mostra o esmalte que a menina havia pego da mochila da colega da pré-escola. Então chamei ela e conversei dizendo que não podíamos pegar algo que não é nosso, que isto era muito feio, e ela me prometeu que não faria mais.
Com esta atividade, fiquei pensando: a que ponto a publicidade influencia as nossas crianças, fazendo até mesmo que peguem o que não é seu para suprir seus desejos.


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Livro Freud e a Educação de Maria Cristina Kupfer - O Mestre do Impossível

A leitura deste livro me prendeu muito, tanto que quando comecei a ler, não consegui parar. Saber um pouco da história da vida de Freud, como ele começou seus estudos, a importância que a família dele deu a sua vontade de estudar, me fez entender um pouco por que existem tantas pessoas apaixonadas pelas idéias deste grande estudioso, e confesso que me apaixonei também.
Apesar de Freud não ter estudado diretamente a educação, suas contribuições para ela foram enormes. O estudo das Fases de desenvolvimento sexual é um grande exemplo disto.
Destaco aqui um pequeno trecho do livro, onde a autora nos explica um pouco disto:
"Assim, Freud revela que a  pulsão sexual, tal como a vemos em ação em  um adulto, é na verdade composta  daquelas pulsões parciais,  cuja  ação  se  observa  nas  preliminares  de  qualquer  ato
sexual.  Antes  do  advento  e  do  domínio  do  interesse  genital,  tais pulsões parciais são vividas livremente pela criança, cujo interesse pela questão genital – pela cópula propriamente dita – ainda não foi despertado." (KUPFER, 1989, p. 41)
A criança é instigada pelos seus instintos sexuais, não pelo fim reprodutivo  propriamente dito, mas pelo que lhe traz prazer.
A idéia de transferência, citada na leitura, me fez pensar em como somos importantes como educadores, muitas vezes tão importantes quanto os próprios pais.
""No  decorrer  do  período  de latência,  são  os  professores  e  geralmente  as  pessoas  que  têm  a
tarefa de educar que tomarão para a criança o lugar dos pais, do pai  em  particular,  e  que  herdarão os  sentimentos  que  a  criança dirigia  a  esse  último  na  ocasião  da  resolução  do  complexo  de
Édipo. Os educadores, investidos da relação afetiva primitivamente dirigida ao pai, se beneficiarão da influência que esse último exercia sobre a criança." (KUPFER, 1989, p. 85)
Acredito que temos que usar esta transferência a nosso favor, uma vez que o carinho e afeto são essenciais na educação, principalmente na fase da Educação Infantil, àrea em que atuo. As crianças desta fase, passam a maior parte de seu tempo na escola, com os colegas e professores, enquanto seus pais vão em busca do sustento.
Geralmente, quando possuem pais e mães, estes acabam não sendo presentes na vida dos seus filhos, cabendo a nós professores, suprir esta falta de carinho, deixando sempre claro para as crianças o papel que ali desempenhamos.
Referências:
KUPFER, Maria Cristina. Freud e a educação. O mestre do impossível. São Paulo: Scipione, 1989.

domingo, 15 de novembro de 2015

Blog, um espaço de inter-relações

Havia me atrasado com as minhas postagens, por motivos particulares, mas hoje finalmente consegui colocar todas as postagens em dia. 
Passados dois semestres, ainda tenho dificuldades em comentar os blogs das colegas que não tenho muito contato, principalmente das colegas que entraram neste semestre. Percebi que muitas ainda estão com atrasos nas postagens. Eu consegui atualizar, pois fiz anotações enquanto fazia as atividades e fui atualizando por interdisciplinas. Mas não quero deixar mais acumular, pois mesmo fazendo anotações, se torna muito difícil lembrar de todas as aprendizagens.
Vejo no Blog a principal ferramenta para registro de atividades, e quero sempre mante-la em dia.

Escrita Coletiva

Através de uma nova ferramenta, o Google Groups, tivemos a oportunidade de interagir uma com as outras, construindo um lindo romance. Confesso que no início todas tivemos dificuldades, para entender como usar a nova ferramenta, mas depois isto foi superado, e interagimos bastante na construção da história.
A experiência de continuar a história foi muito boa! A cada rodada eu ficava mais curiosa para saber o que as colegas iriam colocar, para que eu desse continuidade, e ao mesmo tempo, queria saber o que elas escreveram a partir do que escrevi.

Consequências da fixação nas fases de desenvolvimento Psicosexual

Como professores, temos que ter muito cuidado para que nossos alunos não se fixem nas fases de desenvolvimento psicossexual. As consequências, caso isto aconteça, marcarão o indivíduo pela vida inteira. Segue abaixo alguns exemplos, de acordo com as fases:
- Fase Oral: O Adulto poderá desenvolver hábitos como fumar, falar demais, roer as unhas, comer em demasia...
- Fase Anal: Repressões nesta fase, Repressões nesta fase geram, em regra, constipações intestinais, onde presencia em adultos visível racionalização: "quando viajo não consigo fazer cocô".- Fase Fálica: Obsessão amorosa
- Fase de Latência: A identificação com os grupos de amigos poderá levar o adolescente que não teve um apoio, a se tornar um usuário de drogas...
Informações estraídas do site:
 http://jus.com.br/artigos/18760/a-importancia-das-fases-psicossexuais-do-desenvolvimento-infantil-segundo-freud-para-melhor-proteger-o-psiquismo-da-crianca-e-do-adolescente

Eu tenho um exemplo de adulto fixado na fase oral dentro de casa. Meu esposo, quando tinha 2 anos perdeu a sua avó, por quem era criado. Desde então ele rói unhas compulsivamente, muitas vezes fazendo com que seus dedos sangrem, de tanto roer.

Freud - Sexualidade - Educação - parte 2

Atualmente, a maioria dos meus alunos está com 4 anos de idade. Período em que se inicia a fase Fálica. Alguns já apresentam caracteristicas desta fase, como tocar os órgãos genitais, e fazer perguntas de por que o menino tem "pinto" e a menina não.
Confesso que muitas vezes passamos por "saias justas" nesta fase, mas é muito importante que saibamos como agir, para que a criança não fique traumatizada, e mais tarde venha a se fixar nesta fase.

Freud - Sexualidade - Educação

Freud não fez estudos específicos relacionados a educação, mas estudou muito sobre a sexualidade infantil, não de forma erótica, mas em forma de autodescobrimento. Através do prazer a criança descobre o mundo, primeiro através da boca (Fase Oral), onde quando bebê, descobre o mundo através da boca. A fase se passa na idade de 0 a 1 ano aproximadamente.
Depois vêm a fase Anal, onde a criança deixa as fraldas, e começa a controlar as fezes, que se passa durante o período de 2 a 4 anos aproximadamente.
Seguida pela fase Fálica quando a criança atinge 4 anos indo até os 6 anos aproximadamente, quando ela volta-se para a região genital. Nesta fase tanto meninos quanto meninas acham que possuem pênis, é quando as meninas desenvolvem a teoria da castração, achando que seu pênis lhe foi arrancado.
É nesta fase também, que as crianças desenvolvem o complexo de Édipo, onde o menino passa a apresentar uma atração pela mãe e rivalizar com o pai e a menina faz o inverso.
Depois vêm a fase de Latência, caracterizada especialmente pelo deslocamento da libido da sexualidade, para atividades sociais. É onde a criança começa a gastar suas energias com atividades sociais e escolares. Período de 6 aos 11 anos aproximadamente.

Tirinhas do autor Pacha Urbano, que busca retratar a figura Paterna de Freud o Pai da Psicanálise. As tirinhas nasceram há 3 anos em um caderna de desenhos em uma aula de Psicanálise na universidade.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Desafios da Educação no Século 21

Além de paixão pela profissão, hoje em dia temos que ter muito "jogo de cintura" para encarar a sala de aula todos os dias.
Na Educação Infantil, assim como em todas as etapas da formação escolar, a carência afetiva, se torna um grande obstáculo para a aprendizagem. Muito além de educadores, diversas vezes temos que ocupar o lugar e pais e mães.
Fora as dificuldades intelectuais de aprendizagens, que muitas vezes encaminhamos para profissionais especializados, e ou não conseguimos vagas, ou os devidos profissionais não dão o atendimento necessário à criança.
Nesta semana fui chamada ao Centro de Atenção ao Educando, para conversar com a psicologa sobre uma aluna que e havia encaminhado, por ela ter presenciado diversas divergências na sua família. Era visto na conversa, que a profissional iria desligar a aluna do Centro, por achar que ela não precisava de uma atenção especial. Acredito que por ter muitos pacientes para atender, ela não deu a devida importância ao caso, chegando ao extremo de me perguntar: - O que você quer que eu faça, que atitude você quer que eu tenha como psicologa em relação a este caso. E na hora eu só consegui responder para ela: - A Senhora que é a profissional.
Atualmente, a nossa profissão é a mais desvalorizada no país, e confesso que isto me entristece, pois temos que estar sempre nos atualizando em busca da qualidade do ensino, e geralmente não somos reconhecidos, por este esforço. Muitas vezes temos que trabalhar de 40 a 60 horas semanais para conseguir pagar as contas em dia.
Enfim, somos constantemente enfrentados, desafiados, e as barreiras são inumeras para seguir na profissão, mas quando um professor faz seu trabalho com amor e paixão, ele é capaz de "mover o céu e a terra" pela educação. Desde que assumi o meu cargo, jamais me arrependi de ter escolhido, ou melhor de ter sido escolhida por esta profissão, que considero a mais linda do mundo.
Encerro este post, com esta frase que gosto muito, de autor desconhecido.

A Criação da FEBEM - Fundação Casa

Ao ver uma linha do tempo da Educação no Brasil, lembrei-me de um filme que assisti há um tempo atrás, chamado O Contador de Histórias (2009), que fala sobre a criação da FEBEM. O que foi criada inicialmente como uma instituição de ensino, onde o governo militar da época, publicava propagandas incentivando os pais a internarem seus filhos na FEBEM para se tornarem doutores.
Devido ao regime severo da instituição, logo o local se tornou um depósito de crianças e adolescentes infratores.

Acredito que a criação desta fundação, teve uma grande influência na educação dos dias atuais. A educação rígida aplicada pelos militares, nos ensina como não devemos agir em sala de aula. Meus pais ainda receberam este tipo de educação, frequentemente aplicada nas escolas da época, com castigos físicos e psicológicos, o que influenciou diretamente para que eles evadissem a escola tão cedo. Porém nestes tempos, a criança saia da escola, mas ficava sob a responsabilidade da mãe, que geralmente cuidava da casa e dos filhos, e se precisasse trabalhar, como era o caso dos meus avós, os filhos iriam juntos, e geralmente começavam a trabalhar desde muito cedo, e não existia tanta criminalidade.
Hoje em dia várias leis foram criadas para que as nossas crianças não passem mais por isto, mas é muito triste saber que algumas tiveram que passar, para chegar onde estamos hoje. Atualmente quando as crianças abandonam a escola, vários órgãos são acionados para fazer com que ela volte, mas quando ela não volta, geralmente cai na criminalidade, pois não tem ninguém que  zele por ele.

Ainda sobre trabalhar com infâncias Diversas

Durante esta semana, iniciei um projeto sobre a diversidade cultural. Após ler a história Menina Bonita do Laço de Fita, meus pequenos deram um show de consciência multicultural.
Quando acabei de contar a história, e expliquei que a menina era "pretinha" por que sua mãe, sua avó e seus familiares eram assim, e a gente é parecido com os nossos parentes. Ao acabar de falar um de meus alunos falou: - Profª Sabia que eu sou parecido com a minha tia! E eu perguntei por que, e ele me respondeu: Porque ela é preta e eu sou preto, assim como a minha mãe e o meu pai! Foi quando eu decidi pegar o celular e gravar ele falando. Segue o vídeo:


A evolução da Educação ao longo dos tempos

Podemos dizer que o Sistema Educacional Brasileiro, mudou muito ao longo dos tempos. O que iniciou sendo responsabilidade da Igreja, passou pelo governo, e hoje podemos dizer que é obrigação da família. Digo isto, uma vez que as leis criadas pelo nosso governo, obrigam as famílias a manter as crianças em idade escolar, frequentando as instituições de ensino.
O que antes era um ensino rígido e rigoroso, com direito a castigos Físicos e Psicológicos, hoje está bem mais brando. Porém ainda temos um longo caminho a percorrer.
As escolas, principalmente as de Educação Infantil, infelizmente ainda são vistas como um lugar para deixar os filhos enquanto os pais trabalham. A mãe que antes ficava em casa zelando a criança, hoje está saindo cada vez mais cedo em busca do sustento, consequentemente, o bebê entra bem mais cedo na escola, geralmente com 3 ou 4 meses.
Precisamos mudar isto, fazendo com que a família veja na escola um lugar de aprendizagens e novas descobertas, e cabe a nós professores, aproximar a família da escola, fazer com que os pais vejam que as crianças não são somente "depositadas" enquanto eles trabalham.
Para que isto aconteça, é necessário cada vez mais que seja proporcionado encontros e reuniões, além das conversas diárias com os pais.

Trabalhando com diversos tipos de infâncias no mesmo ambiente escolar

Com a leitura do texto Maquinaria Escolar, pude pensar no quanto é difícil lidar com as diferentes infâncias que habitam nossa sala de aula, uma vez que a criança é reflexo do meio onde vive.
Por isto é de extrema importância conhecer a realidade destas infâncias, por mais difícil que seja, inteirar a escola com o meio em que as crianças habitam é fundamental.
Em um país de proporções continentais como o nosso, habitado por descendentes de inúmeros tipos de imigrantes, conhecer a realidade e as idéias de cada aluno, não é uma tarefa nada fácil, mas acredito que na Educação Infantil, temos mais caminhos para conseguir isto, já que as crianças desta idade, falam mais sobre sua realidade com mais facilidade.
Abaixo segue uma foto da minha turminha multicultural.  

Como professores, geralmente nos deparamos com realidades tristes, e não é nada fácil saber lidar com elas. Na turma com que trabalho, existem casos de pais separados, mãe que rejeitou o filho e o pai está preso, filhos de traficantes, pais que não aceitam auxilio para os seus filhos, mãe que leva a criança no primeiro horário e busca no ultimo (para se livrar do filho, já que não trabalha), entre outros...
E como lidar com estas realidades, que entram em conflito com crianças que tem pais presentes e condições financeiras elevadas, convivendo no mesmo ambiente? 
Acredito que como professores, temos que achar meios diferenciados para envolver as crianças na aprendizagem. Isto não é privilegiar alguns, e sim dar oportunidades iguais para que todos atinjam o mesmo nível de conhecimento.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A importância do brincar na Educação Infantil

Sabemos que na Educação Infantil, as brincadeiras são essenciais. Mas não se trata apenas de colocar as crianças num tapete, e dar brinquedos diversificados, para que eles brinquem entre si.
O Professor de Educação Infantil, tem que "colocar a mão na massa", ou seja, tem que brincar junto com as crianças, seja de casinha com as meninas, carrinho com os meninos ou de brincadeiras dirigidas como a História da Serpente, Ovo Choco, Quem comeu pão...
As minhas aulas são inspiradas na frase: A criança aprende brincando, e brincando ela é feliz. Escutei esta frase de uma professora do curso Normal, e jamais esqueci, não sei se ela tem algum autor conhecido, mas acho muito verdadeira.
Abaixo segue uma foto tirada enquanto brincávamos de História da Serpente.

Crianças da Geração Atual

Nesta semana uma mãe de um aluno, me perguntou qual era o número do meu "Wats", pois o filho dela via a irmã conversando com a professora dela através do aplicativo, e ele também queria, falar com a professora dele.
Esta é uma característica, marcante da geração atual: o uso da tecnologia, até pelas classes mais baixas.
Dificilmente vamos encontrar uma pessoa que não tenha uma conta no Facebook ou no Watsap. Nossos alunos estão cada vez mais tecnológicos, e temos que usar isto ao nosso favor, seja para propiciar novos conhecimentos, ou para aproximar a família da escola.
Na figura abaixo, vemos uma charge de como NÂO podemos agir, como "múmias formadas", que cruzam os braços diante da tecnologia.

Educar uma Infância Pós Moderna

A imagem acima descreve como as crianças estão sendo inseridas na sociedade atual. Ao primeiro olhar nos parece chocante, mas a infância atual está diretamente ligada ao consumo.
A criança já é inserida na sociedade cheia de vontades, ela agora opina, escolhe e exige. E como as educar?
Esta tarefa me parece um tanto difícil, em uma sociedade onde os pais deixam as crianças muito cedo na escola, seja para trabalhar em busca do sustento da família, ou apenas para ter um tempo livre sem os filhos por perto.
Além de estarem cheias de vontade, a criança atual se torna um tanto carente. Tenho observado isto frequentemente em minha turma, mas vejo que em um menino esta carência está influenciando diretamente na sua vida social. Ele tem um histórico bastante triste, onde foi abandonado pela mãe quando bebê, e o pai está preso, sendo ele e os irmãos assumidos pelo avô paterno. Na época ele adotou a sua professora como mãe, porém neste ano a "professora mãe", mudou-se para outro município, ocasionando mais uma perda para esta criança. Acho importante grifar, que o avô não trabalha fora, e leva o menino no primeiro horário que a escola abre, até a hora que a escola fecha.
Desde que assumi a turma, ele se demonstra um tanto egoísta, e reage fisicamente quando é contrariado pelos colegas e professores, sempre exigindo que seja feita as suas vontades. Porém nos últimos dias, ele tem tido crises de choro, onde pede pela "professora mãe" e pelo avô. Na primeira vez que ele reagiu de forma agressiva com os colegas, levei ele para conversar com a Orientadora Educacional da Escola, e ele "desmanchou-se" em lágrimas, dizendo estar com saudades da "professora mãe". Desde então, procuro suprir esta carência com muito carinho. Sempre que vejo ele tristinho, coloco no colo e na hora do sono, faço questão de ficar ao seu lado.
Na sociedade atual, muito além de professores, temos que ser "pais e mães" para tentar suprir a carência que estas "crianças cheias de vontade" possuem.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Fatores que influenciam no processo de Alfabetização

A escola onde trabalho é predominantemente frequentada por alunos de classe social baixa. Em sua maioria, os alunos só tem contato com o mundo das letras na escola. Acredito que este é o principal fator que influenciará na alfabetização deles.
Para combater isto, meu projeto anual é a Maleta Viajante, onde uma vez por semana, um aluno leva a maleta (que contém um livro, um caderno de desenhos e lápis de cor) para casa. A família se compromete em ler a história com o aluno, e fazer um desenho com ele no caderno de desenhos. No dia seguinte, o aluno reconta a história juntamente com o professor para seus colegas.

Além disso, procuro sempre levar revistas para a sala de aula, para que os alunos possam folhar, ver as gravuras, e assim ter mais um contato com a literatura escrita.



Importância da Leitura de histórias para as crianças na Alfabetização.

Confesso que quando me deparei com a interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização, fiquei um pouco assustada, por pensar em como eu iria trabalhar a alfabetização com crianças tão pequenas. Mas saí da ultima aula, simplesmente encantada. Principalmente quando a professora Ivany nos falou sobre a real missão da Educação Infantil na Alfabetização: FAZER COM QUE AS CRIANÇAS SE APAIXONEM PELOS LIVROS.
Meu Projeto Anual consiste em levar histórias aos alunos, e com esta frase da professora, me senti realizada, pois acredito que estou cumprindo a minha missão.
Nas fotos abaixo, estou contanto a história do Gato Xadrez, através do fantoche e do Livro gigante.



Esquema de estudos da teoria de Emilia Ferreiro:
Psicogenese da Lingua Escrira



Idéias de Emilia Ferreiro

As idéias de Emilia Ferreiro são de extrema importância na alfabetização, mas principalmente na Educação Infantil, destaco as seguintes:
1º -  A alfabetização não é um processo estritamente escolar: É em casa que as crianças aprendem a ler o mundo em que habitam. Muitas vezes na hora da rodinha, recebo relatos minuciosamente detalhados, sobre o que aconteceu com os meus alunos em casa, se aconteceu algo de diferente, o que comeram, se passearam ou ficaram em casa... Esta é a primeira forma de leitura do mundo.
2º - Cada criança tem uma forma diferente de aprender e cabe a nós professores descobrir qual é a melhor forma para cada aluno: Na minha turma de Maternal 2, já tenho alguns alunos com 4 anos que estão começando a identificar e até copiar as primeiras letras, mas ao mesmo tempo, tenho alunos com muita dificuldade em relatar o que acontece no seu mundo, muitas vezes por timidez.
3º - No mundo atual é com os professores que as crianças mais convivem durante o dia: Na Educação Infantil, muitas vezes vemos as mães virem de pijama deixarem seus filhos na escola, e voltam para a casa para dormir, buscando eles somente no ultimo horário. Ou seja, geralmente o único carinho que estas crianças recebem são de seus professores na escola, pois os pais querem mais é se verem “livres” dos filhos, cabendo a nós ampará-los com o carinho que falta em casa.
4º -  Toda sala de aula deve ter uma biblioteca a disposição das crianças: Incentivar a leitura desde muito pequenos é de extrema importância. Na minha sala, não tenho uma biblioteca a disposição das crianças, mas pelo menos 2 vezes na semana disponibilizo livros e revistas para que eles possam folhar, e trabalho com o projeto da Maleta Viajante, onde um aluno por vez, leva a maleta com um livro dentro e um caderno de desenhos. Em casa, algum familiar tem a missão de contar a história para a criança e ajudá-la a fazer um desenho sobre a história, e no dia seguinte a criança reconta a história para os seus colegas, com a ajuda do professor.
5º - Não existe idade certa para alfabetizar: Cada criança evolui de uma maneira diferente, algumas precisam de menos estímulo outras de mais. Eu ingressei na 1ª série sem ter freqüentado pré escola, e já sabia escrever meu nome e identificava algumas letras. A escrita pra mim veio de forma natural, era uma coisa que eu queria muito aprender. Mas este gosto, não acontece com todas as crianças, algumas precisam de mais estímulos para aprender, outras de menos, como a minha aluna de 4 anos, que já reconhece algumas letras e está quase escrevendo seu nome sozinha.


Leitura do Mundo

Na terceira aula de Alfabetização, tivemos a oportunidade de comparar dois textos, um Poema de Ricardo Azevedo e o outro um texto de Paulo Freire, estabelecendo uma relação entre os dois. Ambos falavam da leitura do mundo, o primeiro sobre a leitura do mundo e suas características e o segundo sobre a leitura do mundo na alfabetização.
Como professores, temos a obrigação de ler o mundo da criança na sala de aula, e usar isto como um meio de levar a criança a aprendizagem.
Após fazer a atividade, me veio a cabeça uma atividade que fiz durante a Semana Farroupilha, onde um de meus alunos levou a vaca parada que ele pratica laço, para ensinar os colegas. A atividade além de muito prazerosa para ambos, fez com que todos nós tivéssemos uma vivência do mundo dele.