sábado, 4 de agosto de 2018
Inovação na Vida
Mas enfim conclui a ultima atividade e agora posso respirar aliviada, e pensar no estágio que se aproxima no próximo semestre.
Deixo aqui um imenso obrigada, a todos que entenderam a minha situação, me auxiliando e até mesmo cobrando para que eu não desanimasse.
A importância da oralidade correta na alfabetização
"Ler e escrever pressupõem o domínio de inúmeras habilidades, exigindo diferentes capacidades e vai muito além do simples ato de decodificar palavras. A aprendizagem da leitura e da escrita atravessou e atravessa um longo percurso. Nesse processo, de acordo com Godoy (2005), o ponto inicial da interseção entre a linguagem oral e a linguagem escrita é a relação entre letras e sons. Dessa forma, as características fonológicas da língua oral e as características do sistema de escrita contribuem como elementos facilitadores dessa aprendizagem."
Linguagem e escrita
Confesso que nunca tinha pensado antes em como a fala está ligada a escrita. Durante este ano estou trabalhando em uma EMEF e vejo as minhas colegas das séries iniciais utilizando o método das boquinhas para a alfabetização, este é um exemplo de como a linguagem é importante na alfabetização.
Como se adquire a linguagem?
Ao mesmo tempo Wallon, nos diz que as emoções influenciam nesta aquisição, e novamente concordo com ele, pois percebo que as crianças que possuem mais afeto da sua família, se desenvolvem melhor.
Ensinando a partir da Realidade
Vargas e Gomes nos citam Vigotiski:
"Nesse processo, o sujeito parte de suas experiências, vivências e significados para uma análise intelectual, comparando, unificando e estabelecendo relações lógicas. Assim, os conceitos construídos ao longo da vida passam por um processo de transformação e ressignificação, estabelecendo uma nova relação cognitiva que resulta no desenvolvimento subsequente da consciência e de vários processos internos do pensamento, além da reconstrução de conceitos, agora, científicos (VYGOTSKY, 2008)."
Ensinar a partir da realidade do aluno, além de prazeiroso, se torma muito mais significativo, e é assim que o professor de EJA deve agir.
EJA: Lugar de quem?
Mas seria o EJA apenas uma porta de acesso para os alunos que não querem nada com nada na escola?
Segundo Hara (1992, P.2):
"A alfabetização competente de adultos que une o compromisso político de educadores populares com a desenvoltura técnica necessária ao seu bom desempenho é ainda realidade poucas vezes encontrada."
Precisamos pensar como educadores, que o EJA é uma modalidade de ensino e não um lugar para onde os alunos mal comportados são destinados. Para isto é essencial dar condições para que estes alunos possam sim conseguir atingir seus objetivos, seja no ensino regular ou na EJA.
Os malefícios de uma Educação Bancária
"De acordo com Freire (1987), os pressupostos da educação bancária se assentam na narração alienada e alienante. Ou seja, há a perspectiva de educar para a
submissão, para a crença de uma realidade estática, bem-comportada, compartimentada, para a visão de um sujeito acabado, concluso. A educação bancária, nesse
sentido, repercute como um anestésico, que inibe o poder de criar próprio dos
educandos, camuflando qualquer possibilidade de refletir acerca das contradições
e dos conflitos emergentes do cotidiano em que se insere a escola, o aluno. Na
perspectiva freireana, a educação bancária tem o propósito de manter a imersão, a reprodução da conciência ingênua e da acriticidade."
Na verdade acredito que é isto que os nossos governantes querem, pois só assim terão cidadãos que não terão voz ativa na sociedade.
Cabe a nós professores trazer a realidade para a sala de aula, promovendo discusões sadias, para propciar um conhecimento duradouro.
Filme O Aluno
Na turma regular, além de aprender a ler e escrever, ele auxilia a professora e ensina os outros alunos.
As vezes precisamos pensar em como os nossos alunos podem aprender melhor, e de que forma. A professora do ensino regular conseguiu satisfazer estas questões, pois assim como seus alunos menores, o senhor também tinha muita força de vontade para aprender.
Novas Tecnologias e a concorrência com as Velhas metodologias
Segundo Schemeler (2006, p.39):
"Nós temos muito a dizer a eles, mas eles também têm algo a nos dizer. Nem tanto o céu, nem tanto a terra. Qual é a distância que existe? Onde ela está? Quem define o limite? Vamos estabelecer uma parceria? Pais, filhos, professores, alunos, idosos, jovens, adolescentes, crianças, precisam se comunicar, interagir, se entender."
Como isto é possível quando temos que trabalhar com uma metodologia engessada, que não atende as expectativas nem dos alunos nem mesmo as próprias... Confesso que é bem difícil
Inovação Tecnologica x Aulas tradicionais
Parece piada, mas é isto que acontece geralmente nas Escolas de Educação Infantis, as professoras pensam muito em trabalhos feitos em folhinhas, e esquecem de como a internet está cheia de boas idéias construtivas, onde as crianças aprenderão com muito mais prazer.
Segundo Shelmer (2006, p. 38):
"É preciso saber identificar quais são as metodologias que nos permitem tirar o máximo de proveito das TDs em relação ao desenvolvimento humano, ou seja, elas precisam propiciar a constituição de redes de comunicação nas quais as diferenças sejam respeitadas e valorizadas; os conhecimentos sejam compartilhados e construídos cooperativamente; a aprendizagem seja entendida como um processo ativo, construtivo, colaborativo, cooperativo e auto-regulador."
Assim sendo, de nada adianta termos os melhores recursos tecnológicos se não soubermos aproveitá-los.
Avaliação: Qual a melhor forma?
Confesso que ter hora planejamento é muito bom, mas o fato de estar ativamente presente todos os dias em sala de aula, auxilia muito na avaliação na Educação Infantil, uma vez que está é feita continuamente, através dos trabalhos desenvolvidos.
Na charge acima, vemos um senhor avaliando diferentes animais. Se fosse dada a mesma prova para todos fazerem com certeza alguns se sairiam melhores que os outros, pois possuem habilidades diferentes. Assim é na avaliação contínua: o aluno é observado conforme suas habilidades, dando equidade de condições para que todos tenham um bom desempenho.
Como ter alunos critícos, aceitando trabalhar como o governo exige
Este material é totalmente fora da realidade dos alunos, e em nenhum momento nos foi perguntado o que achávamos de tal material.
Confesso que como professora desdobrada no turno ta tarde sinto medo de reclamar e acabar perdendo a minha vaga, mas ao mesmo tempo vejo que é impossível trabalhar e obter sucesso utilizando este material.
Segundo Becker (P.11):
" Em nossas pesquisas, ou em observações informais, detectamos o seguinte comportamento: professores que participavam de greves do magistério público estadual ou federal, como “militantes progressistas”, mostrando compreensão - a nível macro - do que acontecia na economia e na política, ao retornar à sala de aula (nível micro), após o término da greve, voltavam a ser professores plenamente sintonizados com o modelo A. Sua crítica sociológica, freqüentemente lúcida, exercida, via de regra, segundo parâmetros marxistas, mostrava-se incapaz de atingir sua ação docente (prática); também não atingia seu modelo pedagógico (teoria)."
Assim sendo é preciso que a nossa classe lembre-se que não é só na rua que precisamos ser critícos, esta atitude deve estar presente em sala de aula com os nossos alunos.
Planejar é preciso...
Na minha turma da manhã, canso de chamar o meu auxiliar para buscar atividades que estejam de acordo com a realidade das crianças, pois além dele estar há mais tempo com os alunos, está sempre disposto a ajudar.
Segundo Rodrigues (p. 2) nos diz:
"Em outras palavras, "planejamento é processo constante através do qual a preparação, a realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis". Ao revisarmos uma ação realizada, estamos preparando uma nova ação num processo contínuo e ininterrupto."
Assim sendo, acredito que o planejamento vai muito além do que está escrito no diário, está presente até mesmo após a aula ser executada.
Referências:
Maria Bernadette Castro Rodrigues1
terça-feira, 10 de abril de 2018
Quais "marcas" eu quero deixar nos meus alunos?
domingo, 1 de abril de 2018
Iniciando o Eixo VII
Hoje quando acordei, recebi um vídeo de um amigo, onde ele era chamado para a sua formatura ao som da Música Guri, de César Passarinho. Não podia perder a oportunidade de iniciar as minhas publicações do Eixo VII, com a letra desta melodia.
"Das roupas velhas, do pai, queria que a mãe fizesse Uma mala de garupa, uma bombacha e me desse Queria boinas alpargatas e um cachorro companheiro Pra lhe ajudar a botar as vacas, no meu petisso sogueiro. Ei de ter uma tabuada, e o meu livro queres ler, vou aprender A fazer contas e algum bilhete escrever, pra que a filha do seu bento Saiba Que ela é meu bem querer, e se nao for por escrito, eu nao me animo a dizer E se nao for por escrito, eu nao me animo a dizer Quero Gaita de oito baxo, pra ver o ronco que sai, botas feitio do alegrete E espora do ibirocai, lenço vermelho e guaiacas, compradas lá no uruguai E é pra que diga quando eu passe, saiu igualzito ao pai, pra que me digam quando eu passe, saiu igualzito ao pai. E se deus nao achar muito, tanta coisa que eu pedi, nao deixa que eu Me separe desse rancho onde nasci, nem me desperte tao cedo Do meu sonho de guri E de lambuja permita, que eu nunca saia daqui E de lambuja permita, que eu nunca saia daqui." César Passarinho
Você que está lendo agora, deve estar pensando, mas o que esta música tem haver com o PEAD?
Para mim tudo! Pois ela retrata o sonho do filho em ser igual ao seu pai, e como já citei outras vezes, se hoje sou uma professora apaixonada e realizada com a minha profissão, devo aos meus pais, que um dia sonharam em ter uma filha professora, e trabalharam muito para que isto se realizasse. Meu pai fazendo fretes em uma carroça, e minha mãe vendendo milhos na beira da praia, onde comecei a trabalhar com 11 anos de idade. Durante o verão neste quiosque a beira mar, conseguíamos o sustento para passar o inverno, lembro-me como se fosse hoje, quando eu fazia o magistério, haviam muitos trabalhos que exigiam materiais caros e por muitas vezes meu pai me dava o único dinheiro que ele havia ganhado no dia para que eu pudesse adquirir o que precisava e assim concluir as tarefas.
Sim meus pais são meus exemplos de vida, como o autor da música, me espelho neles para ser quem eu sou. Durante este ano, minha vida mudou muito, e mais uma vez pude contar com o apoio incondicional dos meus pais, que passaram por cima de pensamentos antigos que tinham, para mais uma vez serem meu alicerce.
No ano passado já havia recitado está música em forma de história para os meus alunos, e quando assisti meu amigo recebendo o seu diploma com esta trilha sonora, a emoção tomou conta de mim, me imaginei daqui há um ano e meio tendo esta oportunidade também... Meu sonho hoje é poder ter meus pais ao meu lado neste momento, sei que não poderão estar comigo na cerimônia, uma vez que meu pai é acamado e depende da minha mãe para tudo, mas quero que eles estejam com vida para ver a filha que eles sonharam um dia ser professora, enfim venceu e recebeu um diploma da UFRGS.