terça-feira, 26 de maio de 2015

Ações coletivas e Conhecimento: outras pedagogias

Através do texto pude pensar no quanto a educação tem mudado durante os anos, no quanto nós professores temos que nos atualizar constantemente, para atendermos as necessidades da sociedade atual. Me formei em 2002, e quando assumi o cargo de professora de educação infantil, não tinha nenhuma experiência na área, pois o meu curso Normal, não habilitava para tal. Lembro-me como se fosse hoje, da minha angustia chegando na escola pela primeira vez, e perguntando para a diretora: - Mas o que eu vou ensinar para crianças tão pequenas?
Posso dizer que tive muita sorte, pois encontrei pessoas no meu caminho que me ajudaram muito, e também busquei me atualizar, buscando palestras, fóruns e até mesmo relatos de outras professoras na internet.
Com o passar do tempo, vi que só isto não estava sendo suficiente e vi neste curso, mais uma oportunidade de me aprimorar, e adquirir novos conhecimentos.

Trabalhando com projetos de trabalho global

Através da leitura Respostas do ensino à dispersão do conhecimento: esclarecimento conceitual, pude perceber que estou usando o método para construir o conhecimento com os meus alunos, de forma errada, pois sou eu junto com a colega que divide a turma comigo que escolhemos os temas para os projetos, que são aplicados na turma. Durante a semana fiquei pensando, como poderia escolher os temas junto com os alunos, e fui compartilhar esta minha duvida com algumas colegas que estavam na sala dos professores durante o meu horário de planejamento. Algumas acharam impossível, pois os nossos alunos são muito pequenos, mas a minha diretora nos contou que trabalhou em uma escola que utilizava este método da maneira correta, e os professores tinham que seguir a risca. Quando ela assumiu a turma de maternal 1 (faixa etária de 2 e 3 anos) ficou pensando, como vou conseguir decidir com eles algum tema para projeto, já que são tão pequenos, e a sua supervisora, disse para ela se acalmar e observar a turma. Ela contou que estava observando eles durante o horário de pátio, e de uma hora para outra, uma criança pegou um brinquedo e começo a jogar e recolher como se tivesse pescando, a turma vendo aquela cena, começou a fazer igual, e na hora veio a ideia para o projeto de Pescaria. Segundo ela, foi o melhor projeto que ela fez na vida dela, pois muitos alunos tinham contato com a prática de pesca, sendo que muitos pais pescavam na comunidade em que a escola estava inserida.
Com este relato, pude perceber que se quisermos tudo é possível, e a idade não é nenhuma barreira para que o conhecimento aconteça. Com certeza, a partir de agora vou observar muito mais a turma que tenho para então decidir os projetos.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Conhecendo a Disciplina Corporeidade - Epistemologia e Vivências do Aprender

Através de uma aula contagiante e envolvente, conhecemos mais uma disciplina que vai nos tirar da zona de conforto.
O que parece ser simples, pode-se tornar muito difícil, se fizermos de maneira diferente do que estamos acostumadas. Um simples cruzar de dedos ou de braços, pode-se tornar um problema.

Apresentação da Discisplina Escola, PPP e Currículo

No nosso 9º encontro presencial, tivemos a oportunidade de expor nossas angustias, em relação a educação. Debatemos sobre o que ensinamos e até onde a escola nos deixa levar os nossos alunos. Nas escolas de algumas colegas, elas são "travadas" a ensinar somente até certo ponto, não podendo avançar com os conteúdos. Na minha escola, por ser educação infantil, temos maior liberdade quanto aos conteúdos desenvolvidos, uma vez que trabalhamos de acordo com a necessidade dos alunos.
Recebemos uma lista de conteúdos que devem ser trabalhados durante o ano, e vamos encaixando de acordo com que os alunos vão aprendendo e de acordo com as necessidades dos mesmos, que são definidas através da observação da realidade dos alunos. Por exemplo, um conteúdo que inclusive foi tema de um projeto a pouco tempo, foi a Higiene Pessoal. Este é um tema que se encaixa muito na faixa etária com a qual trabalho (3 e 4 anos), pois eles estão se acostumando a usar o banheiro sozinhos e a pouco tempo deixaram de usar as fraudas.
Percebo que muitas vezes, estes conhecimentos adquiridos não são aproveitados de maneira correta nos primeiros anos do ensino fundamental, devido aos professores não poderem avançar com os conteúdos um pouco mais.
Alguns alunos já saem da nossa pré escola reconhecendo as letras e escrevendo os seus nomes com clareza, pois começamos a trabalhar com o nome de forma lúdica, desde que eles frequentam o maternal, onde são meus alunos. Quando vão para o primeiro ano, muitas vezes são obrigados a rever conteúdos que já estão "carecas" de saber popularmente falando, como as letras do alfabeto, já que os professores estão limitados aqueles conteúdos, não podendo avançar mais.
Ao meu ver, a maneira correta de aproveitar os conhecimentos adquiridos na Educação Infantil, seria o professor fazer uma sondagem, verificando o que os alunos já sabem, e não ficar repetindo durante um ano inteiro, coisas que ele já já tem conhecimento. Acredito que por haver esta "trava" que alguns municípios impõem nos conteúdos a serem trabalhados, esta sondagem não acontece.

O Contexto social no PPP da Escola

O Projeto Político Pedagógico da minha escola foi elaborado em 2009. Infelizmente, desde então não houve mudanças nem novas reuniões para atualizá-lo. Mas após ler este documento, pude perceber que algumas características ainda estão presentes na escola, tais como, as características da comunidade escolar, que continua sendo formada por pessoas simples, e trabalhadoras que veêm na E.M.E.I. um lugar para deixar os filhos enquanto trabalham. Apesar de constar os conteúdos que são trabalhados na escola, juntamente com os seus objetivos, vejo que ainda persiste a idéia de creche, onde as crianças são "depositadas", para que os pais trabalhem. Isto é uma pena, pois o desenvolvimento dos filhos deveriam vir em primeiro lugar.
No P.P.P, os pais e a comunidade escolar se comprometem em participar de eventos, assim como reuniões e festas comemorativas, mas no dia a dia isto não acontece. Quando são convocados para as reuniões, pouquíssimos pais ou responsáveis comparecem, assim como nas festas e eventos. E durante o dia a dia, os pais deixam seus filhos na escola, sem se preocupar com que eles estão aprendendo, muitos passam o ano inteiro sem aparecer na escola para saber como o filho está se desenvolvendo.
Gostaria muito de ter participado da construção deste documento, e até sugeri que fosse feita uma reformulação deste documento, mas não tive sucesso.

Escola Moderna e Pós Moderna

Lendo o texto "Um olhar sobre a Educação Moderna do século XXI", pude perceber o quanto a escola e a sociedade mudaram durante o decorrer dos anos. Antigamente, o conhecimento era entregue ao aluno, e ele tinha que aceitar sem fazer objeções, se fizesse muitas vezes era castigado por isto. Meus pais estudaram muito pouco, e deste pouco tempo te tiveram na escola, contam verdadeiras barbáries que sofriam (como ajoelhar no grão de milho, levar reguadas na mão para escrever com a mão direita), caso não fizessem as atividades da maneira como a escola lhe obrigava. Era assim que o estado formava os cidadãos, para que não fossem contra ele.
Hoje em dia, as informações brotam de todos os lados, e temos que construir o conhecimento junto com o aluno, para conseguir envolvê-lo.  Principalmente na educação infantil, se não envolvermos os nossos alunos, eles com certeza não aprenderão, claro que temos que levar em conta todo o conhecimento que existem nos livros.
Neste ano estamos trabalhando com o projeto anual da Maleta Viajante, onde cada final de semana um aluno leva a maleta contendo um livro para casa, e a família conta a história para a criança, que na segunda-feira reconta para os seus colegas com a ajuda do professor. Vimos neste projeto, uma maneira de integrar escola e família, buscando conhecimentos nos contos clássicos, mas dando oportunidade da criança contar ao seu modo, e através de suas experiências.

Filme quanto Vale ou é por Quilo

Através deste filme, pude pensar como ainda hoje somos "escravizados", não como antigamente, onde existiam os senhores donos de escravos, mas sim por uma sociedade desigual, onde quem tem sempre vai querer ter mais, e quem não tem, luta para sobreviver. Nesta luta, existem os que escolhem o caminho do trabalho digno, e os que, muitas vezes por falta de oportunidades procuram ganhar a vida através do crime. 
Vejo esta desigualdade também, na escola em que trabalho, onde poucas crianças que frequentam a escola possuem uma qualidade de vida boa, e muitas vem para a escola para ter o básico como uma boa alimentação. Quando fazemos comemorações como o dia das mães e dos pais, muitas vezes temos que lidar com situações em que os pais estão presos, ou que abandonaram a família para viver no crime. Alguns alunos acabam adotando os professores como mães, foi o que aconteceu com um aluno que foi abandonado pela mãe quando ainda frequentava o berçário, na época ela queria dar ele para a adoção, mas o avô não deixou, assumindo a guarda do menino. Então este menino "adotou" a professora que lhe dava aula como mãe, chamando ela de mãe desde então, tanto que hoje frequentando o maternal 2,  na festa de dia das mães, ele fez questão de apresentar e presentiar a mãe da escola.
Se o nosso país tomasse como exemplo países como o Estados Unidos, onde possui uma educação pública de excelência e a maioria das pessoas tem acesso a ela, formando muitos profissionais de qualidade, exemplos como este com certeza seriam menos frequentes, com a desigualdade social combatida, pois até empregos que não necessitassem de tanta qualificação, seriam bem remunerados, já que não existiria tantos profissionais que se propusessem a trabalhar.