Durante o período de férias da faculdade, pude refletir sobre a minha relação com a escrita, e percebi que entre outras coisas, a escrita funciona para mim como uma terapia, onde eu esponho minhas angústias, minhas aprendizagens, minhas reflexões...
Esta semana foi mais uma semana difícil, pois perdemos duas colegas professoras em um acidente de carro, que assim como eu saíam de seu município todos os dias para trabalhar em outra cidade. Pegavam todos os dias a mesma estrada que eu pego, para levarem o conhecimento até os seus alunos... Não tinha intimidade com elas, conhecia apenas de vista, mas me peguei pensando que poderia ter sido eu e meus amigos que passamos minutos após o acidente pelo local. Não paramos, pois não reconhecemos o carro e já haviam muitos carros parados, creio que o nosso motorista tenha pensado: "iremos ser mais um bando de curiosos". Mas naquele momento, jamais pensamos que poderiam ser colegas, apenas rezamos para quem quer que fosse, estivesse bem...
Pois então, após chegar na escola, descobrimos quem eram as vítimas... Muitos amigos entraram em contato comigo ou com o meu esposo pensando que fosse eu, pois uma das professoras era conhecida por Prof° Lu, assim como eu. Ontem ainda uma aluninha minha me tirou lágrimas dos olhos, quando perguntou se as professoras tinham morrido e eu respondi que o papai do céu precisava de duas ajudantes lá e chamou elas, então ela me respondeu: eu não vim ontem por que achei que fosse tu Prof°...
E mais uma vez utilizo da escrita para expor meus sentimentos e angústias... Acredito que a minha escrita seja melhor do que a minha fala (mas sei que ainda vou melhorar muito), e isto não é de hoje... Na adolescência fazia um diário virtual, onde eu chorava muito enquanto escrevia, desabafando minhas tristezas e contanto as minhas alegrias.
Durante a aula de música dos meus alunos o professor Marcelo Maresia, fez uma música para eles, e me incluiu, pois eu fiquei na sala fazendo borboletas de papel. Em um trecho da música ele diz: "a professora recorta borboletas de papel, num cortador esquisito, brinca de papai do céu, fazendo borboletas de papel..."
Como gostaria às vezes, de ter o poder do "papai do céu" para poder tirar não somente as minhas angústias, mas dos meus alunos, dos alunos, amigos e familiares destas colegas que nesta triste semana perderam a vida... Como seria bom se tivéssemos o poder de tirar a tristeza do coração das pessoas... Mas ao mesmo tempo, creio que tudo tem a sua hora, nada acontece por acaso ou sem um porquê...
Olá, Lucimar. Muitas pessoas direcionam suas alegrias, tristezas, conquistas, angústias...para a música, a interpretação, dança, enfim as artes em geral. Fico feliz que sua sensibilidade seja expressada através da escrita, característica singular numa educadora de corpo e alma como você é. Somos formadoras de "almas" e a sensibilidade é nosso combustível. Siga escrevendo, registre suas obras, seja a autora dessa história. Posso garantir, pois lhe acompanho desde que começou o curso, que sua escrita só avançou. Porém, nem precisaria de tal observação, é só dar uma olhadinha no histórico de postagem aqui nesse espaço que já se tem ideia do que estamos falando. Parabéns pela reflexão!
ResponderExcluirMuito obrigada Simone... Amo escrever... Prometo que irei dedicar mais tempo para este a escrita!! Amoo
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