domingo, 10 de setembro de 2017

Diversidade na Cultura Litorânea

É com um imenso orgulho que inicio está postagem...
Na ultima sexta-feira fiz a primeira apresentação com meus alunos sob minha responsabilidade, sozinha, sem parceira de turma para dividir os méritos!
O tema escolhido para as apresentações, foi o  Jeito Cidreirense de ser, e assim que ouvi o tema, logo me lembrei de uma música que tive o prazer de prestigiar no festival da canção de Salinas. Música de autoria de Ivan Therra, a qual falava de uma Doceira que vendia seus quitutes a beira mar. Uma guerreira que buscava o sustento da sua família, vendendo sonhos, pé de moleque e rapadura, a bordo de sua carroça. 
Assumi a responsabilidade da apresentação, e junto com meus alunos da turma de Pré A da tarde, homenageando a Dona Zinha. Mas o que era para ser apenas uma homenagem a uma pioneira, se tornou algo muito grande, pois além de consagrar uma mulher negra que trabalhava e ainda trabalha para trazer o sustento para a sua casa, a apresentação serviu para mim como um tributo a minha mãe, que criou os meus 4 irmãos vendendo verduras em uma carroça e quando chegava no início da rua gritando Olha a Verdureiraaaaaa, no meio da rua os seus fregueses fiéis já estavam esperando. Tenho muito orgulho em dizer que sim, minha mãe vendeu verduras de carroça para sustentar a família, sim meu pai (após o meu nascimento) largou as obras e assumiu a carroça fazendo fretes  para continuar o seu legado, e é graças a eles que eu sou quem eu sou hoje.
Mais uma vez eu agradeço aos meus pais, por todo sacrifício que fizeram, por fazerem parte desta cultura litorânea que eu tanto amo, e por terem sonhado um dia em ter uma filha Professora! Sonho este que eu realizo e me realizo todos os dias!!!
No final da apresentação abrimos um banner com a frase de minha autoria:
"Ser Cidreirense é trabalhar a beira do mar, gritando: Olha o Sonho, o pé de moleque, a Rapadurinha! Viva a Dona Zinha!"
E acredito fielmente nisto. Este é um exemplo de Ser Cidreirense, de ser litorâneo, de uma mulher batalhadora e que não desiste dos seus objetivos...
Na foto abaixo estou com a Dona Zinha, meus alunos e com as colegas que me auxiliaram na execução da homenagem.

Referências: Doceira - Letra e melodia de Ivan Therra. Participou III Salina da Canção - 2016 - Balneário Pinhal - Conquistando o Troféu de Melhor Música do Festival na opinião do público. A interpretação é de Daniel Maíba.

2 comentários:

  1. Olá, Lucimar. Parabéns pelo trabalho desenvolvido, você teve a sensibilidade de reunir numa só apresentação, temas como diversidade, a luta da mulher na sociedade, as questões culturais da tua região...enfim, tens que ter muito orgulho mesmo. Gostaria que você relatasse alguma das atividades que precederam o desfile, como os alunos reagiram? E a comunidade, qual foi o retorno?

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    1. Bom os alunos amaram conhecer a Dona Zinha, fui muito elogiada por toda a comunidade Cidreirense, por ter homenageado alguém em vida, pois um exemplo na cidade de Cidreira são os nomes das escolas, que são homenagens póstumas a pessoas que fizeram algo de importante para o município. Na semana seguinte a apresentação, algumas crianças viram a Dona Zinha vendendo doces na rua, a reconheceram e além de conversar com ela, chegaram contando na escola. Foi uma experiência muito gratificante, pois além de todo o retorno que tive, em nenhum momento me senti nervosa no palco, consegui passar tranquilidade para os meus alunos que dançaram lindamente!

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