sábado, 5 de agosto de 2017

Primeira visita do Conselho Municipal de Educação no Anexo CIEP

São 4h da manhã, e eu perdi o sono mais uma vez...
Esta semana foi uma das mais difíceis desde que assumi as turmas no Anexo CIEP. Três colegas muito queridas perderam seus contratos, e apesar de nós concursadas e desdobradas continuarmos no anexo, sentimos muita a falta delas... É como se nós mesmas estivéssemos perdido o nosso emprego.
Além disso, ontem recebemos a primeira visita do Conselho Municipal de Educação, e a nossa orientadora educacional, estava em uma reunião na SMEC, assim como o supervisor. As componentes do conselho adentraram a minha sala por volta das 14:30h, sem me pedir licença foram perguntando de qual escola eu era e para quais escolas trabalhava. Meus alunos estavam brincando com seus brinquedos, pois era sexta-feira (dia do brinquedo), haviam acabado de sair da aula de música e eu estava fazendo a minha chamada do mês, que havia acabado de receber. Conversei com elas, explicando que era concursada 20 h e estava desdobrada mais 20h. Elas perguntaram a quantidade de alunos que eu tinha e eu disse que tinha 23 alunos em cada turma, então perguntaram se eu tinha alunos misturados de escolas diferentes na mesma turma e eu respondi que não sabia, pois estas informações só teriam com a pessoa que fica conosco sempre (a orientadora educacional). Elas observaram um pouco a sala e saíram em direção a sala multiuso.
Quando cheguei para tomar café, elas estavam mexendo em tudo, cadernos de chamada, computador, fichas dos alunos, livros pontos...
Confesso que até a fome perdi, pois apesar de não ter nada a temer, elas nos deixaram constrangidos, mexendo em tudo sem a pessoa que fica lá direto orientar, se isto é correto ou não não sei.
Dentre todos os acontecimentos da tarde, chamaram a nossa orientadora e a diretora da escola onde está localizado o anexo (CIEP) para uma reunião, e acreditem ou não, mas depois de todos os desafios que enfrentamos desde o início do ano, agora corremos o risco de ter que sair do Anexo, pois segundo elas têm muitas coisas irregulares.
E você que está lendo esta postagem agora sabe por que eu perdi o sono. Por que como uma colega que saiu esta semana nos falou: Nosso trabalho é com crianças, não mexemos com papéis, se fosse com papéis seria tudo mais fácil!
E acredito nisto fielmente, uma vez que fico pensando nestes alunos, que em menos de uma semana perderam as professoras que estavam com eles desde o início do ano, e agora estão correndo o risco de ter que trocar de escola...
Minhas duas turmas de Pré A continuam comigo, mas me preocupo muito com eles também, que querendo ou não possuem uma rotina dentro da escola e se tiverem que trocar de escola agora, como vai ser? Será que vou com eles? Será que o Conselho Municipal de Educação não teria que ter feito esta visita no início do ano, onde nós como professoras fazíamos milagres, num local quase sem recursos...
É com lágrimas nos olhos mais uma vez, que encerro está postagem... Pensando no que será dos nossos alunos... O que será dos meus colegas... O que será de mim se assim como as minhas colegas, tiver que deixar meus aluninhos e voltar para a EMEI Vovó Jura, onde estou lotada...

2 comentários:

  1. Lucimar,
    Suas inseguranças e angústias tem razão de existir. Por um lado você está aprendendo no curso como é uma gestão democrática e a importância do respeito ao aluno. Por outro lado, estás vivenciando uma realidade mais autoritária e que não parece considerar os vínculos desses alunos com a escola e professores. Nesses dilemas que a vida nos impõe precisamos pensar como articular para que as conquistas não sejam patroladas, como podemos garantir que nossos alunos sejam respeitados, como garantir que nossos direitos sejam respeitados? O que estamos ou podemos fazer para garantir isso? São perguntas para pensarmos juntas!
    Abraço, Tutora Tais

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  2. Taís, tivemos uma visita de representantes do conselho estadual de educação, e fomos muito elogiados pelo espaço e acolhimento que temos para as crianças... Nós foi garantido que ficaremos neste espaço até o final do ano. Confesso que o alívio foi enorme, pois vi no conselho municipal, representantes que me deixaram com medo, ao invés de nos defender e proteger as nossas crianças... Cada dia penso mais na missão que temos de participar destes órgãos fiscalizadores.
    Um abração

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