domingo, 30 de outubro de 2016

Falta de presídios ou anos sem investimento na educação???

Um dia após a segunda aula presencial de Representação do Mundo pelos Estudos Socias, nosso estado presencia um episódio no mínimo lamentável: presos dormindo em viaturas por falta de presídios.
Conforme a reportagem do G1, os policiais militares que podiam estar fazendo a segurança das ruas, estavam guarnecendo as viaturas para que os presos não fugissem.
Acredito que isto é resultado de vários anos com pouco investimento na Educação. Durante a aula de terça-feira, o professor Dilmar iniciou a aula lendo um poema sobre a nova lei que tira Filosofia, Artes e Educação Física do Ensino Médio. Em vez de investirem mais na educação, estão cada vez deixando-a mais precária.
Fico pensando o que será do futuro dos meus alunos que hoje estão no Maternal 2 e no Berçário... Se chegarem ao ensino médio, se tornarão cidadãos menos propícios ao pensamento livre (já que não terão filosofia), serão pobres de artes visuais (sem artes) e provavelmente sedentários (pois não terão acesso a Educação Física). E assim me pego pensando, se hoje já faltam presídios, o que será do futuro dos nossos alunos, que na sua maioria vivem em periferias, presenciando tráfico, roubo e mortes em frente as suas casas, e o único acesso a Educação que encontram é na escola?
Com certeza terão que ter muita força de vontade de vencer na vida, e creio que está é uma das nossas missões, fazer com que os alunos desde o berçário amem o meio escolar, despertando o gosto pelo aprender desde cedo.

domingo, 23 de outubro de 2016

O Tempo e o Espaço na concepção escolar

O texto Questões sobre o tempo escolar, me fez repensar algumas aprendizagens dos semestres passados. Questões como a importância do recreio, enfatizada pela interdisciplina de Ludicidade no semestre passado, e como o Projeto Politico Pedagógico que estudamos no primeiro semestre, e a cada vez vejo mais clara a "rede de aprendizagens" do PEAD. Tudo isto influencia na aprendizagem do aluno, e como professores temos que estar sempre abertos a rever conceitos, pois o aluno tem o próprio tempo de aprender.
Infelizmente o tempo do aluno nem sempre é respeitado, pois como professores temos que dar conta de todos os conteúdos a serem desenvolvidos. Na Educação Infantil, isto é mais maleável (uma vez que temos bem menos conteúdos a trabalhar), mas ainda assim, somos "cobradas" a preencher a carga horária do aluno com "trabalhinhos", que os pais possam ver. 
Desde que assumi o concurso em Cidreira sempre dei aulas no turno da manhã. pela primeira vez estou desdobrada no turno da tarde, e a grande vantagem que eu vi nesta oportunidade é o contato com os pais. Quando chego na manhã, a maior parte dos meus alunos já estão na escola, e não consigo conversar com os pais. Já no período da tarde, antes de entregar o aluno, sempre converso com os pais, falo sobre o dia, se o aluno comeu, brincou, qual atividade fizemos... Acredito que esta é a grande vantagem de dar aula no turno da tarde, pela manhã, quando tenho a oportunidade de conversar com os pais é mais para falar sobre o comportamento dos filhos, e os responsáveis geralmente estão apressados para o serviço, dificilmente tenho a oportunidade de relatar o que vamos fazer durante a manhã, e só me intero da realidade das crianças por elas, através da conversa informal na rodinha.
Encerro esta postagem, com o trecho final do texto, que almejo para a nossa realidade escolar:
"O desafio é constituirmos a escola num outro tempo, num tempo da Atualidade, onde o foco no presente nos faria viver cada momento como um acontecimento, sem pretensões de somar o número de aprendizagens para quantificá-la ao final do ano letivo, onde a vivência do processo educacional fosse prazerosa cotidianamente."

Referências: OLIVEIRA, Cristiane et al. Questões sobre o tempo no espaço escolar. Disponível em: <http://www.ufjf.br/espacoeducacao/files/2009/11/cc07_1.pdf> Acesso em 20 set. 2016.



Onde o tempo pedagógico envolva todas as formas de conhecimento para além do conteudismo. Um espaço onde se viva a alegria de aprender a cada momento.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Diferença em ver e olhar

Confesso que nunca havia parado para pensar na diferença entre o ver e o olhar. Olhar é muito fácil, apenas superficial, mas quando vemos, aprendemos com o objeto. Destaco o seguinte trecho do artigo de Castro Giovanni Costella:
"Como forma de afirmar a importância da construção do conhecimento, segundo Jean Piaget (2001), para a Geografia e para o processo de aprendizagem da linguagem cartográfica, nos baseamos na afirmação de que o conhecer não consiste no copiar o real, mas agir sobre ele e transformá-lo, de maneira a compreendê-lo em função dos sistemas de transformações aos quais estão ligadas estas ações. Para conhecer os fenômenos, o sujeito não se limita a descrevê-lo tal como aparecem, mas atua sobre os acontecimentos, de modo a dissociar os fatores, a fazê-los variar e assimilá-los a sistemas de transformações lógico-matemáticas (Piaget: 2001, 15)."
Quando li este trecho do artigo me veio a cabeça uma conversa sobre a praia que tive com os meus alunos do maternal 2, onde uma aluna havia apenas passado pela praia com os pais e outros haviam ido à praia e interagido bastante com ela. Ficou claro para mim que o aprendizado dos que brincaram na praia foi muito maior do que o aprendizado da menina que havia apenas passado pela praia.

Fonte: Castrogiovanni, A. C.; Costella, R. Z., 2012. Brincar e cartografar com os diferentes mundos geográficos: a alfabetização espacial. Porto Alegre: Edipucrs.  

15 de Outubro: Dia dos professores

No último sábado, comemoramos o dia dos Professores. E neste ano decidi comemorar de uma forma diferente. Descrevi um pouco da minha caminhada docente em uma rede social (facebook) agradecendo cada pessoa que fez parte dela, desde os meus pais, (pois como muitos sabem ingressei no magistério para realizar o sonho deles em ter uma filha professora),  passando por colegas de sala de aula, ex-alunos do estágio (que agora são meus amigos) escolas em que atuei, o ingresso no PEAD, tudo isto fez a professora que sou hoje, e tive a oportunidade de me emocionar com cada resposta a minha publicação, mas uma em especial me tirou lágrimas, era da professora que foi a titular no meu estágio e dizia o seguinte: - Querida Lucimar...minha estagiária inesquecível...teus pais tinham razão...tens o dom de encantar as crianças...Felicidades!
Foi por incentivo dos meus pais que ingressei no magistério, mas me descobri professora em sala de aula, pois é onde se faz um professor, ocupando o espaço na comunidade escolar e no coração das crianças.

domingo, 16 de outubro de 2016

Rubem Alves: O Professor dos Espantos

Nunca tinha tido a oportunidade de assistir o autor. Sempre li frases dele, alguns textos, mas nunca tinha o visto falar. Neste documentário pude me encantar com Rubem Alves.
Quando ouvia falar no escritor, logo pensava em uma pessoa bastante formal, superior, mas isto definitivamente não definia Rubem Alves. 
Pessoa alegre em compartilhar o conhecimento, e nem o mal de parkson o parou. 
Dentre todos os conhecimentos que ele partilha conosco neste documentário destaco o seguinte:
"Vivi muito tempo no mundo acadêmico. O Mundo acadêmico é um lugar perigoso, dá medo...É muito dificil viver na universidade e cultivar os próprios pensamentos. É muito mais seguro ficar moendo os pensamentos dos outros!"
Acho que este pensamento define o que estamos vivendo. Todos os dias somos instigados a pensar e viver novas experiências. Experiências estas que são revividas com os alunos, nos transformando todos os dias em seres pensantes. Em todas as atividades somos instigados a pensar e evoluir como professores, e assim somos estimulados a sair da "gaiola" e "alçar" vôos mais altos. 
Estes vôos eu tento fazer com que meus alunos alcem também. Um exemplo disto foi no ultimo dia 2
de outubro quando participei das eleições municipais como mesária, e fiz questão de levar o boletim de urna, no dia seguinte para que os meus alunos do maternal  2 manuseassem. A aula foi muito produtiva, pois perguntei para os alunos o porquê na noite anterior teve uma grande festa com carros buzinando e foguetes explodindo no céu e a maioria não sabia, mas fui instigando-os até que alguns falaram que tinham ido votar com os pais no dia anterior, então expliquei para eles que na maquina que os pais votaram saiu um papel como aquele, onde mostrava o candidato mais votado. A conversa rendeu uma votação e "elegemos" um prefeito e três vereadores na turma. Foi o primeiro contato que estes pequenos tiveram com a democracia, e pela primeira vez puderam votar e serem votados.

Lista de reprodução "Estante de Vídeos & Áudio-Livros" do canal Youtube CarlosAlbertoDidier.
RUBEM Azevedo ALVES (Boa Esperança, 15 de setembro de 1933 — Campinas, 19 de julho de 2014)