NãoNo semestre passado fui indagada por uma colega, sobre as atividades que aplicava nas minhas turmas de Pré A, e fui categórica em falar que fazia atividades diferenciadas para as duas turmas, pois se tratavam de crianças diferentes, sujeitos com personalidades diferentes e que tinham habilidades e dificuldades diferentes.
No dia de ontem, eu resolvi por esta minha afirmação a prova, colocando a mesma atividade para as duas turmas.
Como encerramento da Semana Farroupilha, passei através do Rádio a música nativista Guri, interpretada por César Passarinho, que conta a história de um homem simples apaixonado pela terra onde ele vive. Na minha turma da manhã, onde a sala fica distante do banheiro (que é um só para as 4 turmas de cada turno usarem), as crianças além de ouvirem atentas tanto a música, quanto a minha explicação da letra, fizeram desenhos maravilhosos, que contavam a história da música, já na turma da tarde, considerei a atividade um desastre, pois além de ser interrompida diversas vezes por fatores externos, os alunos não se encantaram com a história que a música conta, não chamou a atenção deles escutar uma melodia sem dançar, apenas para apreciá-la, quando pedi para que fizessem o desenho, a grande maioria fez na pressa, riscaram sem o intuito de contar o que aprenderam, para então fazerem outra atividade.
Como profissional tive dois momentos: O primeiro que foi pela manhã, onde sai realizada da sala de aula, pois consegui apresentar não somente uma história de uma forma não convencional, mas também apresentei um outro tipo de música que as crianças não estão acostumadas a ouvir, a música nativista gaúcha. E o segundo momento em que fiquei muito triste, por não ter conseguido atingir os meus objetivos.
Chegando em casa após o trabalho, me peguei pensando e lembrei da pergunta sobre o meu planejamento, e mais uma vez, além de responder com a minha prática, relaciono o que estou aprendendo sobre diversidade com a sala de aula. A turma da manhã, vêm comigo desde o início do ano, então consegui fazer com que eles se apaixonem por histórias assim como eu, seja de qual forma for contada. Já a turma dá tarde, que assumi em abril, precisa do lúdico para se envolver com a história, ou seja, não adianta eu preparar uma aula que eu ache muito interessante se não tiver o faz de conta, por exemplo, se eu tivesse levado a mesma história, contada com um fantoche, pode ser que chamasse mais a atenção deles.
Assim sendo, eu volto a reafirmar: alunos diferentes, necessidades diferentes, isto para mim, é um tipo de diversidade na educação!
Obs: Esta postagem ainda será editada, pois procurarei um texto para embasá-la.
Referências: Música Guri, interpretada por César Passarinho. Composição: João Batista Machado / Julio Machado Da Silva Filho
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Ainda sobre dar aula para duas turmas de Pré A
domingo, 10 de setembro de 2017
Diversidade na Cultura Litorânea
É com um imenso orgulho que inicio está postagem...
Na ultima sexta-feira fiz a primeira apresentação com meus alunos sob minha responsabilidade, sozinha, sem parceira de turma para dividir os méritos!
O tema escolhido para as apresentações, foi o Jeito Cidreirense de ser, e assim que ouvi o tema, logo me lembrei de uma música que tive o prazer de prestigiar no festival da canção de Salinas. Música de autoria de Ivan Therra, a qual falava de uma Doceira que vendia seus quitutes a beira mar. Uma guerreira que buscava o sustento da sua família, vendendo sonhos, pé de moleque e rapadura, a bordo de sua carroça.
Assumi a responsabilidade da apresentação, e junto com meus alunos da turma de Pré A da tarde, homenageando a Dona Zinha. Mas o que era para ser apenas uma homenagem a uma pioneira, se tornou algo muito grande, pois além de consagrar uma mulher negra que trabalhava e ainda trabalha para trazer o sustento para a sua casa, a apresentação serviu para mim como um tributo a minha mãe, que criou os meus 4 irmãos vendendo verduras em uma carroça e quando chegava no início da rua gritando Olha a Verdureiraaaaaa, no meio da rua os seus fregueses fiéis já estavam esperando. Tenho muito orgulho em dizer que sim, minha mãe vendeu verduras de carroça para sustentar a família, sim meu pai (após o meu nascimento) largou as obras e assumiu a carroça fazendo fretes para continuar o seu legado, e é graças a eles que eu sou quem eu sou hoje.
Mais uma vez eu agradeço aos meus pais, por todo sacrifício que fizeram, por fazerem parte desta cultura litorânea que eu tanto amo, e por terem sonhado um dia em ter uma filha Professora! Sonho este que eu realizo e me realizo todos os dias!!!
No final da apresentação abrimos um banner com a frase de minha autoria:
"Ser Cidreirense é trabalhar a beira do mar, gritando: Olha o Sonho, o pé de moleque, a Rapadurinha! Viva a Dona Zinha!"
E acredito fielmente nisto. Este é um exemplo de Ser Cidreirense, de ser litorâneo, de uma mulher batalhadora e que não desiste dos seus objetivos...
Na foto abaixo estou com a Dona Zinha, meus alunos e com as colegas que me auxiliaram na execução da homenagem.
Referências: Doceira - Letra e melodia de Ivan Therra. Participou III Salina da Canção - 2016 - Balneário Pinhal - Conquistando o Troféu de Melhor Música do Festival na opinião do público. A interpretação é de Daniel Maíba.
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